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Ascenza Destaca: Instabilidade climática atrasa plantio e andamento da safra 23/24

Ascenza destaca
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Ascenza Destaca: Instabilidade climática atrasa plantio e andamento da safra 23/24
2023-10-27
Institucional

Com o excesso de chuva em algumas regiões e a escassez em outras, as principais culturas de segunda safra, com o milho e o algodão, também têm o desenvolvimento comprometido

A falta de chuvas regulares e o calor intenso neste início de plantio, em algumas das principais regiões produtoras de grãos, tem causado preocupação aos produtores rurais. Já o excesso de água, em outras partes do país, já dá sinais de que poderá comprometer o andamento da safra de 2023/2024. Ambas as situações pedem atenção, pois o atraso no desenvolvimento da soja pode atrapalhar a semeadura do milho segunda safra e interferir ainda na janela ideal para o algodão safrinha.

Em Mato Grosso, maior produtor da oleaginosa no país e que cultiva milho e algodão na sequência, há relatos de necessidade de replantio em algumas áreas onde o calor comprometeu o desenvolvimento inicial das lavouras. De acordo com a Aprosoja-MT, há cidades na região Sul do estado com registro de temperaturas acima de 44 graus. Diante deste cenário, parte dos sojicultores tem atrasado o plantio para evitar prejuízos.

O Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) aponta que 35,09% das áreas previstas foram semeadas no Estado, contra 41,35% no mesmo período da temporada anterior, um atraso de 6%. A dificuldade inicial também pode levar a uma redução na produtividade, causada pelo estresse térmico nas plantas, além do comprometimento da safrinha. “Isso tem desestimulado o produtor (de milho), pois em muitas regiões o custo torna a safra inviável, então, preocupa muito mais”, disse o presidente da Aprosoja-MT, Fernando Cadore.

Já no Paraná, de acordo com o Departamento de Economia Rural - Deral, as chuvas volumosas proporcionaram uma boa germinação/emergência na área de soja semeada. Isso está gerando expectativas de um avanço significativo na retomada do plantio, que teve períodos de paralisações devido ao excesso de umidade. Em comparação com a safra anterior, nesta mesma época, o plantio das culturas de verão está mais adiantado na safra 2023/24 e as lavouras apresentam um bom vigor. O estado tem o melhor percentual de semeadura, com 46% da área total estimada de 5,8 milhões de hectares.

No Rio Grande do Sul, com a semeadura da soja liberada em 1º de outubro, o problema tem sido o excesso de água. Segundo a Emater/Ascar-RS, a região já pode confirmar que começou a safra com atraso. A atual temporada terá lavouras em 441 municípios, com estimativa de 6,74 milhões de hectares cultivados, aumento de 1,3% em comparação à safra anterior.

E a safrinha, como fica?

O cenário de falta de chuvas em municípios do Centro-Norte e a sobra de água no Sul do país é decorrente dos efeitos do El Niño, que vão persistir, segundo os analistas, até março de 2024. As condições trazem, em primeiro, prejuízos para a soja, com previsões de mercado apontando para mais de cinco milhões de toneladas de perda no potencial produtivo da oleaginosa. “E a cada dia em que as coisas continuem neste ritmo que está indo, com excesso de chuvas no Sul e faltando no restante do Brasil, perdemos de 200 mil a 300 mil toneladas. Então, continua a diminuição de potencial produtivo”, destaca o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting.

Já para o milho, a postergação da janela ideal para o seu plantio causa diferentes problemas, conforme o clima de cada região. No Sul, há riscos com a exposição a geadas, e no Centro-Oeste e Norte com as chuvas encerrando mais cedo do que o necessário. De toda forma, o real impacto na produtividade será mensurado ao longo do ciclo. E há ainda a redução, pela Conab, na estimativa de produção da segunda safra brasileira do grão de 10,72% em relação à safra 22/23, totalizando 91,271 milhões de toneladas.

Esse efeito cascata causado pelo atraso no plantio da soja atinge ainda a cultura do algodão. Em Mato Grosso, o maior produtor nacional, a semeadura pode ser realizada até 31 de janeiro e se ficar fora da janela ideal há riscos para o desenvolvimento das plantas com a redução das chuvas. Há também uma preocupação extra para alguns produtores que decidiram substituir o milho pelo algodão na segunda safra, buscando melhor rentabilidade com a pluma, em razão das fortes quedas na cotação do grão.

Com o excesso de chuva em algumas regiões e a escassez em outras, as principais culturas de segunda safra, com o milho e o algodão, também têm o desenvolvimento comprometido

A falta de chuvas regulares e o calor intenso neste início de plantio, em algumas das principais regiões produtoras de grãos, tem causado preocupação aos produtores rurais. Já o excesso de água, em outras partes do país, já dá sinais de que poderá comprometer o andamento da safra de 2023/2024. Ambas as situações pedem atenção, pois o atraso no desenvolvimento da soja pode atrapalhar a semeadura do milho segunda safra e interferir ainda na janela ideal para o algodão safrinha.

Em Mato Grosso, maior produtor da oleaginosa no país e que cultiva milho e algodão na sequência, há relatos de necessidade de replantio em algumas áreas onde o calor comprometeu o desenvolvimento inicial das lavouras. De acordo com a Aprosoja-MT, há cidades na região Sul do estado com registro de temperaturas acima de 44 graus. Diante deste cenário, parte dos sojicultores tem atrasado o plantio para evitar prejuízos.

O Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) aponta que 35,09% das áreas previstas foram semeadas no Estado, contra 41,35% no mesmo período da temporada anterior, um atraso de 6%. A dificuldade inicial também pode levar a uma redução na produtividade, causada pelo estresse térmico nas plantas, além do comprometimento da safrinha. “Isso tem desestimulado o produtor (de milho), pois em muitas regiões o custo torna a safra inviável, então, preocupa muito mais”, disse o presidente da Aprosoja-MT, Fernando Cadore.

Já no Paraná, de acordo com o Departamento de Economia Rural - Deral, as chuvas volumosas proporcionaram uma boa germinação/emergência na área de soja semeada. Isso está gerando expectativas de um avanço significativo na retomada do plantio, que teve períodos de paralisações devido ao excesso de umidade. Em comparação com a safra anterior, nesta mesma época, o plantio das culturas de verão está mais adiantado na safra 2023/24 e as lavouras apresentam um bom vigor. O estado tem o melhor percentual de semeadura, com 46% da área total estimada de 5,8 milhões de hectares.

No Rio Grande do Sul, com a semeadura da soja liberada em 1º de outubro, o problema tem sido o excesso de água. Segundo a Emater/Ascar-RS, a região já pode confirmar que começou a safra com atraso. A atual temporada terá lavouras em 441 municípios, com estimativa de 6,74 milhões de hectares cultivados, aumento de 1,3% em comparação à safra anterior.

E a safrinha, como fica?

O cenário de falta de chuvas em municípios do Centro-Norte e a sobra de água no Sul do país é decorrente dos efeitos do El Niño, que vão persistir, segundo os analistas, até março de 2024. As condições trazem, em primeiro, prejuízos para a soja, com previsões de mercado apontando para mais de cinco milhões de toneladas de perda no potencial produtivo da oleaginosa. “E a cada dia em que as coisas continuem neste ritmo que está indo, com excesso de chuvas no Sul e faltando no restante do Brasil, perdemos de 200 mil a 300 mil toneladas. Então, continua a diminuição de potencial produtivo”, destaca o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting.

Já para o milho, a postergação da janela ideal para o seu plantio causa diferentes problemas, conforme o clima de cada região. No Sul, há riscos com a exposição a geadas, e no Centro-Oeste e Norte com as chuvas encerrando mais cedo do que o necessário. De toda forma, o real impacto na produtividade será mensurado ao longo do ciclo. E há ainda a redução, pela Conab, na estimativa de produção da segunda safra brasileira do grão de 10,72% em relação à safra 22/23, totalizando 91,271 milhões de toneladas.

Esse efeito cascata causado pelo atraso no plantio da soja atinge ainda a cultura do algodão. Em Mato Grosso, o maior produtor nacional, a semeadura pode ser realizada até 31 de janeiro e se ficar fora da janela ideal há riscos para o desenvolvimento das plantas com a redução das chuvas. Há também uma preocupação extra para alguns produtores que decidiram substituir o milho pelo algodão na segunda safra, buscando melhor rentabilidade com a pluma, em razão das fortes quedas na cotação do grão.